Hoje aquela coisa forte voltou. Uma pulsação daquelas com arritmia... paradoxalmente, não falo do coração, mas falo dele sim...
Pois nele se concentra o peso semântico de lar dos sentimentos. Tipicamente, não é? E sabe, prefiro usar essa ilustração mesmo.
As pessoas mais "racionais" costumam falar que a origem dos sentimentos não é o coração, mas o cérebro. Tudo parte de impulsos nervosos, descargas hormonais, etc. Ok, cientificamente isso é aceitável. Mas como haveria poetas se falássemos do amor relacionando-o àquela massa estranha, amorfa e confusa que é o cérebro? Ao invés da melodia suave, ouço o barulho de motorezinhos e outros equipamentos dos doutores cientistas. Não, não. Não pode ser assim. Uma perspectiva muito fria, fria demais para um campo tão delicadamente profundo.
E então prefiro usar o típico.
E quando eu penso que só sou capaz de utilizar uma pequena porcentagem da capacidade do meu cérebro...! Quer dizer que só posso amar com uma porcentagem limitada?! O resto é desconhecido, inatingível até então. Meu amor, sim, é também indefinível, mas pelo contrário, o é porque ocupa todo o espaço, preenche de fato, o lugar inteiro. Aliás, tanto o preenche que até vaza. Não está contido só ali. E sou radical nesse aspecto, apesar de as pessoas desse mundinho do mais-ou-menos insistirem em criticar os extremos...
Acho que esse meu amor vermelho, e verde, e azul, e amarelo, e roxo, e laranja, e rosa não faz morada numa massa cinzenta.
Mas então pra agradar a todos sem ter que mentir, posso dizer e não volto atrás: meu cérebro tem forma de coração.
Um comentário:
Birrenta
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