quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nove mais nove



O dia chegou. E, na verdade, ainda era noite. Depois de momentos de adrenalina como resgatar um telefone e ganhar uma máscara facial de bolo de chocolate, parecia que o auge de tudo ainda não havia chegado. Meio egocêntrico - eu sei e admito - pensar que o mundo seria diferente quando desse meia-noite. Mas essa talvez seja a expectativa natural de alguém que está prestes a atingir a maioridade...
Chegou aquele minuto, o exato segundo em que algumas pessoas apertaram um "enter" ou clicaram num "postar recado", ou até mesmo começaram a cantar. E, engraçado... foi um minuto de alegria indescritível, de sorriso aparentemente eterno para mim. Leveza, vitória, parecia o Finalmente (mas jamais o Até-Que-Enfim).
Senti os abraços: os cheios de afeto, os carinhosos, os recheados dos melhores votos e os "simpatiquinhos" também. Ah! E os "quebra-costelas", é claro - meus preferidos! Digo que quase podia ver na minha frente toda a alegria que sentia, como se não coubesse no meu peito e vazasse pra todo lado. E não vazava num fiozinho ralo, mas com força, desgovernadamente, incontrolável como o riso na boca e no olhar num momento como esse.
Quando aquela euforia passou e os ânimos se acalmaram foi que eu percebi que ainda era a mesma. Era a Laura, meio branca, às vezes vermelha, que gosta de verde, de cebola, sorvete e bolacha de morango. A Laura que ama cartas, a que quer ter um relógio de pêndulo e que ama história, português, inglês, espanhol e francês. A Laura que quer servir com tudo que é e apesar de tudo que é. Era eu.
E ao mesmo tempo era uma Laura um pouquinho mais velha, que tinha se tocado de que está crescendo de verdade. E que está deixando de lado a síndrome de Peter Pan, porque realmente SONHA com o que a espera. Cheia de expectativas e, principalmente, crente nas promessas dAquele que dirige a minha vida, não tenho mais medo de fazer aniversários e ganhar de presente maiores responsabilidades. Vou continuar vivendo, buscando a minha felicidade e a de quem me cerca, sendo que talvez a primeira eu encontre na segunda também. Vou continuar lutando, empenhando-me em levar o Reino pra onde eu for e mostrar a razão de eu ter chegado nos nove mais nove, mais dez, mais onze e assim por diante.
Eu tinha medo de qualquer mudança radical na minha vida, de me distanciar de pessoas queridas, de perder coisas valiosas, de não conseguir cumprir com minhas obrigações. Mas NÃO! Quem está no controle de tudo isso não sou eu, é alguém mehor. E as transformações serão positivas, não tirarão da minha pessoa o que há de bom. Estou feliz em completar mais um ano de vida, pois isso significa que coisas lindas estão se aproximando. E não é o tempo que vai desfazer a minha essência e tudo aquilo que foi construído em mim. Ele me trará amadurecimento, novas experiências, mais histórias pra contar, etc. Mas quem eu sou fica. Continuo amando bonecas, cores, agendas, poemas, abraços e pessoas.
Sou a Laura mais velha, mas a velha Laura continuo sendo...