sábado, 19 de junho de 2010

Chuva Cansada

Lá fora cai a chuva.
Lá fora, de fora.
Todos vão embora.

Talvez sejam lágrimas de solidão,
lágrimas de quem só se sente
Lá, de fora, de lado, somente.
Embora se espalhe faz barulho mudo,
embora respingue e acabe molhando tudo,
apenas está presente.
Paradoxalmente, se faz ausente,
é água transparente, incolor.
Não sabe trazer cor, até tira o rubor.
Disfarça sua dor,
mas enfim, saturada,
derrete condensada,
chovendo sua seca de atenção,
em assonância e aliteração
numa melodia de uma só nota
que o céu azul em cinza desbota
cinza de um coração morto,
de um sonho então aborto.
Desejo de molhar sem cessar
e sem jamais deixar secar.

Lá fora cai a chuva.
E agora ainda é hora.
Por que você a ignora?


L

4 comentários:

Sofia disse...

uuuuuuuuuual =O

L disse...

sua talentosa!!! lindo laurinha :D

Unknown disse...

Belo poema!

FiLÓsofa da faroFa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.